Deuses alados coletaram dados em seus notebooks Em vôos rasantes aqui, lá, distante, nos apontarão Quem sopra pro alto, fumaça e odores de cinza veneno Até que o sol réstia filete de lua num céu cor de chumbo Uvas e figos, veludo fuligem serão condenados a morrer de sede Maçãs ressecadas sem nada que hidrate Morangos perecem vermelhos estiagem Altos coqueiros de tijolo à vista Perdem seus frutos filhos de proveta Caules de vidro em tubos de ensaio Esperam pela última colheita Num céu da cor de chumbo Haverá charco de óleo sobre Vênus E vapores arderão sobre Mercúrio Haverá em Marte um mar verde cinzento derramando sobre o solo de Noturno Venha a nós advogada nossa esses vossos olhos misericordiosos Perdoai as nossas ofensas, perdoai as nossas ofensas