Nós somos corpos sem rumo sem bens e sem chão Nós somos corpos vazios em que pulsa um coração Nós somos almas sozinhas na solidão Nós somos filhos do ventre da podridão Eu sou um corpo humano que é rude e fascina Eu sou só uma menina com medo de errar Eu sou a filha do vento Eu sou a filha do tempo Eu tenho ódio e alento pra te dar Tenho em mim erro e piedade E clamo sua bondade pra não me condenar Eu tenho medo da vida Mas tenho mais medo ainda de não viver Eu tenho algo escondido pra te mostrar Não tenho rumo no escuro, eu tenho medo do mundo Mas é com medo que eu vou me manifestar Nós somos corpos sem rumo sem bens e sem chão Nós somos corpos vazios em que pulsa um coração Nós somos almas sozinhas na solidão Nós somos filhos do ventre da podridão Não tenho rumo no escuro Eu tenho medo do mundo Mas é com medo que eu vou me manifestar