Sou viajante nessa estrada Não penso o tempo ou prisões Amizade e fé me guiam Tudo o que penso são ações Quem dera a vida fosse amor E toda terra uma só E a riqueza não fosse flor Cujo aroma ilude, mas é pó Sou viajante nessa estrada Não há atalhos, só há gritos Sangue, revoltas, dores contidas Onde a avareza faz seus ritos Quem dera o saber soubesse amar E a caridade fosse ideal E a ganância não embaçasse O que a paz torna real Sou viajante nesses tempos Em que a justiça é dinheiro Há um palácio e o reinado É eleito no despreparo leigo Quem dera o povo se unisse E fosse o rei, a lei e um filho Que precisasse só esperar Deus o chamar ao seu lar Sou viajante na esperança De ter trabalho, pão, morada De não precisar mais se humilhar Pra continuar esta jornada Quem dera os fracos se unissem E percebessem que são bem fortes Mas quando juntos, nunca partidos Pra retomarem os seus cofres Sou viajante nestes campos De divagação, concentração Buscando respostas e verdades Em templos, casas, na educação Quem dera saber o que é viver Pra esse mundo se acertar Mas o que é certo e o que é talvez Onde ninguém quer sonhar