Sentiu, dormiu Deixou porta, cama, TV As contas do final do mês E sua volta deixou um talvez Dúvida, dívida Acordou e o velho monstro ainda estava ali O rojão esperava lá, tão longe Com o sol insaciável de manhã Pra matar seu nome É preciso muito mais que dor É preciso ser mais que infame O seu trunfo é ser sonhador E o que o assusta é sonhar tão grande Se atrasou pra mais um dia que não lhe convém Para um bom café da manhã não tem tempo Pra se sentir vivo outra vez Através da janela sente o vento lhe convencer Mesmo que machuque é melhor deixar bater A sua escolha foge do tom Das nuvens cinzas que a chuva traz E a tempestade é por dentro e não vil É o que machuca esse bom rapaz Largou livros, papéis, jornais Trouxe só o que não se pode separar Deixar si mesmo Deixou porta, cama, TV Sentiu, dormiu