Cantando o sangue que escorre aqui no gueto A cor do cara que tá caído na vala é preto Só tô cantando o que tô vendo e tô vivendo As ruas tá mó veneno o gueto tá mó veneno Nas ruas sou suspeito pra alguns sou ameaça Que vai te roubar te assaltar te matar de graça Esse é o padrão imposto pela sociedade Que todo bandido é preto tem tatuagem E quantas vezes humilhado ao ser enquadrado De ser revistado pela mão de um moleque fardado Que me olha e já acha que eu sou ladrão Vem com a arma engatilhada na sua mão Mão na cabeça ajoelha e deita no chão vem com a sede de prender ou mandar pro caixão Já tô cansado dessa porra de humilhação eu não tenho sequer uma passagem em sua mão Acordo cedo todo dia para ir trabalhar e mesmo uniformizado vem me humilhar E hoje eu sei que o preconceito não vai acabar A cor da pele é motivo para desconfiar Meu jeito de vestir meu jeito de andar o meu direito de vir não pode acabar Eu vou lutar até o final pelo os meus direitos pra acabar com essa porra desse preconceito Cantando o sangue que escorre aqui no gueto A cor do cara que tá caído na vala é preto Só tô cantando o que tô vendo e tô vivendo As ruas tá mó veneno o gueto tá mó veneno Cantando o sangue que escorre aqui no gueto A cor do cara que tá caído na vala é preto Só tô cantando o que tô vendo e tô vivendo As ruas tá mó veneno o gueto tá mó veneno Favela chorar as lágrimas que ninguém ver segue sangrando sem ninguém se comover Os disparos que ninguém ouve onde a gente vive e mora inquilino com a morte Do Paraná ao macapá no extremo norte a cena é forte em sc florianópolis o povo sofre Mesmo que eu pague a conta a vista no cartão de débito pela tattoo e o dvc vão me expulsar do prédio Nesse país onde o racismo é crime então racista também é bandido também é criminoso Da minha PT pra eu fazer igual nos filmes vocês mesmo disseram bandido bom é bandido morto Mais um corpo em plena madrugada na reportagem o destaque é a passagem e onde morava Gambé enfia no cú sua farda sua delegacia em alphaville vocês não tem poder igual na periferia Por isso aplaudo o paralelo de m 16 e uzi governador está aqui sua droga que seus filhos usem Nesse caminho aqui não vejo rosas só tem cruzes maior escuridão eu sei no fim do túnel não tem luzes Cantando o sangue que escorre aqui no gueto A cor do cara que tá caído na vala é preto Só tô cantando o que tô vendo e tô vivendo As ruas tá mó veneno o gueto tá mó veneno Cantando o sangue que escorre aqui no gueto A cor do cara que tá caído na vala é preto Só tô cantando o que tô vendo e tô vivendo As ruas tá mó veneno o gueto tá mó veneno