Aí mãe graças adeus não te fiz morrer de infarto por mim Não preciso passar as madrugadas em claro Sem saber se eu tava vivo se eu voltar andando pra casa Ou se estava na viatura com o verme me dando coronhada Não fui sua decepção, vergonha da família pique nóia Parasita roubando a própria vila Sempre com a cara inchada, cheia de hematomas Por que tomou uma surra na frente da vizinhança toda Dificuldade sempre bateu à nossa porta mais derrotas que vitória Só espinhos nenhuma rosa Quantas vezes me esquivei pra não me entregar Ao crime meter o burdoguinho na testa e levar os ouros da vitrine Mas aí me segurei foi só por sua causa Pra ninguém te ver ajoelhada rezando pela minha alma Pra lágrima da morte não rolar no seu olhar pros 30 De nove automática não me estraçalhar É o maior prêmio é te ver feliz e sorrindo Sem precisar levar jumbo pra mim no presídio De coração aberto mãe posso te dizer que vou fazer de tudo pra nunca te ver sofrer Não pude te dar luxo nenhum pouco de conforto Mas também não precisou no dia das mães velar meu corpo Só posso te dar respeito e companhia e o resto da vida ao seu lado Mãe a senhora é minha rainha Mãe a lágrima que escorre no seu rosto não vai pingar em cima do meu túmulo não É sem necropsia coroa de rosas não vai sentir vontade de entrar comigo na cova Mãe a lágrima que escorre no seu rosto não vai pingar em cima do meu túmulo não É sem necropsia coroa de rosas não vai sentir vontade de entrar comigo na cova Mãe você não vai chorar na tampa do meu caixão Não planejo um futuro com flores oração Sem cartilha do ódio é sem velório e sem coroa de flores atestado de óbito E sem autópsia esquece a porra do funeral que eu não voltar Na gaveta do instituto médico legal Eu não você é a vítima carbonizada viva ninguém vai acender minha vela de sétimo dia Esqueci a porra da polícia mãe Deus é maior Não tem grampo no meu pulso na frente do promotor Ser usuário pra mim não adiantou ser vítima do tráfico Com o vapor alojando cinco de nove no meu crânio Eu prometi pra você que não ia se envolver Mas quantas facas mocada no guarda-roupa me diz por que Meu filho eu sempre me esforcei pra te dar tudo pra te ver diplomado Não morto ou com o carrinho de entulho Eu quis te ver sorrir, mas só te fiz chorar com o filho no colo na fuga do pai alcoólatra Se eu pudesse voltava no tempo pra impedir suas lágrimas E matar quem prometeu jogar seu fruto na fossa E sem bocejo no trampo porque perdeu sono Levando jumbo pro filho atrás do muro Sem olho roxo na pancada não tem que fugir de casa Protegendo filho com faca mocada embaixo da cama Não foi em vão a lágrima desce no rosto seco virou escudo não máquina de desgosto Aperto stop pra cena não se repetir de novo olha o atestado de óbito seu filho está morto Mãe a lágrima que escorre no seu rosto não vai pingar em cima do meu túmulo não É sem necropsia coroa de rosas não vai sentir vontade de entrar comigo na cova Mãe a lágrima que escorre no seu rosto não vai pingar em cima do meu túmulo não É sem necropsia coroa de rosas não vai sentir vontade de entrar comigo na cova Mãe a lágrima que escorre no seu rosto não vai pingar em cima do meu túmulo não É sem necropsia coroa de rosas não vai sentir vontade de entrar comigo na cova