Pela janela da saudade Olhas o mar ao sol-poente E vai morrendo, longamente Em teu adeus crepuscular A voz do mar E dentre a nebulosidade A lua em pálido crescente Parece ao meu amor Ausente, onipresente, Uma verônica estelar... Oh! Meu amor Oh! Minha dor, oh! ânsia. Do coração quebrado Em mil carcérulas Sacrificado, é sempre o mesmo na constância Florindo lágrimas Chorando, pérolas Oh!, Meu amor Oh!, minha vida em hóstia Na religião do coração em êxtase Minha ventura é, nesse adeus crepuscular À beira-mar Poder sentir a vida e a morte em teu olhar Por esta tarde azul e bela Passa em minha vida angustiada A silhueta de uma vela Abandonada, a panejar em alto mar Depois daquela despedida O mar soluça em minha vida E desde então, a minha vida em despedida É recordar e suspirar... Oh!, Meu amor! oh!, minha vida em hóstia Na religião do coração em êxtase Minha ventura é, nesse adeus crepuscular, a beira-mar Poder sentir a vida e a morte em teu olhar.