O samba morreu, emudeceu o som da marcação A luz apagou, desafinou o som do violão A rima perfeita se perdeu, A poesia feneceu, meu tamborim calou Finda o carnaval com suas cores, Transformando-se em dores E cinza é o que restou Procuro uma canção pro meu enredo Não encontro mais O ronco da cuíca já ficou pra trás Não há razão pra erguer minha bandeira Ai que saudade de ouvir a saideira O meu cavaco que toca dolente Não me acompanha como antigamente Da madrugada já está ausente Não pode mais chorar Quando a tristeza tocou minha mente Um samba novo nasceu de repente, Me devolveu, definitivamente, O prazer de sambar O samba se eterniza a cada geração Padece, agoniza, mas resiste Nas mãos de um poeta sempre outro refrão Balança, às vezes cai, mas não desiste