Fui buscar um boi de carro que estava na prisão Pra levar pro matadouro ao pedido do patrão Quando eu joguei o laço o animal pra mim olhou E o que ele me falou foi de cortar coração. (bis) Me disse assim: portador, destino triste é o meu Eu não sei por qual motivo o meu patrão me vendeu Ajudei a tanta gente, fui escravo do roçado Depois de velho e cansado ninguém me agradeceu. (bis) Ao lado do boi vapor, o meu primeiro parceiro Só puxava o carro cheio, obedecendo ao carreiro Na passagem do riacho me ajoelhava no barro Ou desatolava o carro ou quebrava o tamboeiro. (bis) Quem trabalhava comigo batia por desaforo Cortava meu corpo inteiro com um chicote de couro Em vez de me libertar para morrer no cercado Meu sangue vai ser jorrado nas tábuas do matadouro. (bis)