Eu sei que o mundo murmura E fala sem ter razão; Do meu viver de amargura Porque lhe dei com ternura O meu pobre coração Um dia, vi-o passar Em certo bairro fadista Fiquei presa ao seu olhar E deixei-me enfeitiçar Assim á primeira vista Qual louca, fui ter com ele pra dizer-lhe o que sentia Disse que gostava dele E ele, com ar cruel Respondeu que não me queria Ergui os olhos aos céus E uma praga lhe roguei E com fé pedi a Deus Pra cegar os olhos seus Como de amor eu ceguei