A voz não se cala, a trilha sonora perfeita do mundo real, usei das palavras De 2008, são 9 anos, se foi uma cara Narrei tanta coisa, tentei parar, mas a mente não pausa A injustiça explicita, do meu dia-dia, a memória não apaga Não to por ibope, o povo que sofre, meu rap relata Dispenso, show business, ser novo hit não é minha praia Uma infância fudida, uma vida sofrida, não tô pra piada Entre a morte e a vida, tipo suicida, escrevi uma carta Entre desabafo, choro constante, as rimas criadas Morando na rua, comendo do lixo, revirando lata Ausente da escola, com diagnostico de psicopata Tentando entender os motivos, tão novo, pra tanta desgraça Descobrir um talento em cima da hora, que hoje me salva Desse mundo oculto, violento, injusto um sistema que mata Juntei uns trocados, encostei no estúdio, gravei várias faixas Do rap que eu tanto escutava, vi minha vida sendo relatada E confesso até hoje é normal minha pele ficar arrepiada Em saber que minha voz, nesse brasil inteiro, meu som que propaga Ajudando pessoas a fora, isso é tudo que o ouro não paga Dedicando uma vida, compondo, gravando, rimando mas nada Me traz tanto orgulho, desse feedback, que o público fala Apologia sonora, do Paraisópolis, de novo nas caixas!