A bandeira do sol estrala ao vento E soa a minha voz de cantador, Num protesto do sonho contra a dor, A pobreza do povo e o sofrimento. Nas estrelas do canto, o pensamento Ergue um marco que é só anunciado. Nossa sorte de povo injustiçado É vencida por nós ao som da luta, E, no meio do palco, o que se escuta É o sol da justiça do sonhado. Ao final desta dança bela e forte Sou eu o cantador, dono da casa, E, com versos de sangue, fogo e brasa, Forjo o marco e celebro a minha sorte. No viola, eu vou batendo a morte E assumindo a coroa de guerreiro. Ao cantar meu país, sou o lanceiro, Olho o sangue ferido do meu povo E sonho, ao meio-dia, um canto novo, Levantando este marco brasileiro.