Quando a paixão corre solta Tal qual um rio nas veias O sonho rompe as maneias E se perde em disparada Co'a fúria dessas manadas Cortando o adeus das coxilhas Feito um clarim farrroupilha Ecoando pelas volteadas O sonho é maior que tudo Sangrando a dor mais aflita Quando o vivente acredita Que o mundo pode mudar Calçando a vida num par De esporas fortes prateadas Pois quando a vida é aporreada Desaba quem não pelear Lavouras sempre florescem Pelo suor de quem trabalha E forja suas batalhas Nas lutas de cada dia Pois a maior das poesias Se faz co'a força das mãos De quem sonha grão a grão Domando a terra bravia Neste Rio Grande dos sonhos Cada um segue a procura Da trilha certa e segura Que nos leve ao amanhã Pois tantas palavras vãs Calaram frente a verdade Dos que buscam claridade Pra este céu de Picumã E assim vai o nosso povo Plantando sóis pelo escuro Ousando criar futuro Em cada sonho brotado Tendo fé no mesmo estado Regando a mesma semente Mostramos que a nossa gente Não tem o couro marcado Lavouras sempre florescem Pelo suor de quem trabalha E forja suas batalhas Nas lutas de cada dia Pois a maior das poesias Se faz co'a força das mãos De quem sonha grão a grão Domando a terra bravia De quem sonha grão a grão Domando a terra bravia