Sou filho de imigrantes Que vieram do além mar Pra fazer pátria e querência E aqui se enraizar Amar a terra aprendi E esse chão em que vivo Me faz crioulo e nativo Igual ao índio daqui Hoje distante do pago Vivo nos bretes povoeiros A identidade que eu trago É de colono e campeiro Tenho a origem estampada De italiana procedência Não renego a descendência Essa eu não troco por nada Não renego a descendência Essa eu não troco por nada Se agora trago a lembrança Do interior em que vivi Trago também a herança Das safras que não colhi Os sonhos grandes que tive E o tempo deixou pra trás Por seres sonhos no más Desses que o pobre não vive Por seres sonhos no más Desses que o pobre não vive As flores que vou colhendo Eu carrego na bagagem Cantando e agradecendo Pra depois seguir viagem Entre chegada e partida Vem a noite, rompe a aurora Lá me vou estrada afora Cantando e tocando a vida Lá me vou estrada afora Cantando e tocando a vida Na luz dos versos que faço É que meu canto nasceu Pra iluminar tantos passos E pra não perder os meus Enquanto eu puder viver Vou pelear até o fim Se pra cantar foi que vim Cantarei até morrer Se pra cantar foi que vim Cantarei até morrer