Na calma cinza da tarde O rio lhe acena e atrai Naquele caíque andejo Suprema herança do pai Nazário adorando a pampa Espelhada no Uruguai Nazário Laguna é o nome Desse costeiro de guerra Toda uma estirpe andarenga Ele conduz pras encerras O rio correndo em murmúrio Vem ser sua única terra Se criou ao longo da costa Como tanto índio cochicho Toreando a vida de frente Entre balsas e bochinchos À força de chibo e peixe Charque e óleo de capincho Nas bailantas campesinas Ou nalgum rancho argentino Que gusto vê-lo bailar Com la guaina del camino Floreando aliviava o peito Num chamamé correntino Vaqueano das corredeiras Mesmo em noites sem luar Quando havia mais espaço Pra um cristão se alimentar Nazário contrabandeava Entre o Itaqui e Alvear Costeando por estes pueblos Nazário é um rio profundo Laguna de canções lindas Com seu murmúrio fecundo Pois quando pega a guitarra Acende uma luz no mundo