Eu venho de um povo enraizado na mata Na alma andarenga carrego as origens Que vem estampada nos traços da cara Que o tempo não gasta, que o homem não tira Eu venho da aurora, do inicio das eras Do ventre da terra do sul eu nasce Meu jeito de bugre, não torce, não verga E o sangue não nega, eu sou Guarany Conservo a cultura do pai ancestral Que a mão da conquista deu outros matizes Mas vivo no canto mais meridional Que teima em cantar e não perde as raízes O chão do meu canto tem hoje divisas Limites dos reinos de novos senhores Mas o meu silêncio é clamor de justiça Na voz dos que gritam pelos corredores Revivo nas levas da gente andarilha Nesta reconquista sem tempo ou fronteiras E pra que eu não morra outra vez me eternizo No povo que luta e que planta bandeiras Conservo a cultura do pai ancestral Que a mão da conquista deu outros matizes Mas vivo no canto mais meridional Que teima em cantar e não perde as raízes