Quanto me planto a bordonear uma guitarra Retorno aos pagos da querência onde eu nasci Assim me largo a versejar tantas lembranças Que reponto desde os tempos de guri Quem não regressa pra buscar suas origens Ao rincão onde nasceu e se criou É porque já perdeu suas raízes E sem rumo vida a fora se extraviou Brinquei nas noites de luar pelos potreiros Nas tardes quentes de verão nadei nos rios E das manhas ao despertar trago lembranças E uma saudade que jamais alguém sentiu É sempre bom voltar as fontes e beber Da seiva fértil que sacia o coração Reencontrar-me junto ao povo e minha gente Pra quem ausente dediquei meu canto chão Eu quero ver na lavoura dos que plantam Nascerem frutos em um tempo de bonança E a recompensa sendo dada a quem semeia Regando a terra com suor e esperança