Cevando um mate solito Converso com meus segredos Que a alma velha ainda guarda Sem artifícios nem medos Depois de lavar a erva Sinto que a noite se alonga E trás pra ao redor do fogo A pampa em tom de milonga Milonga é alma e garganta Milonga é a voz do galpão Milonga é a rima que encanta A charla ao pé do fogão Trazendo a paz que acalanta As penas do coração Como faz pra um campeiro Depois de parar rodeio E vara a noite por diante Perdido num bordoneio Quando uma guitarra chora Nas mãos rudes de um campeiro É o Rio Grande que renasce Nos versos de um guitarreiro