Meu canto xucro Traz a pátria por sinuelo Que guardo com muito zelo No fundo do coração Nas minhas andanças Vou fazendo reculuta Pra cantar a pampa bruta Sempre ao pé de algum fogão Nasci liberto E não tenho a alma pequena Tenho um par de nazarenas Que herdei do meu pai Ando ao tranquito Gauderiando estrada afora Na cantiga das esporas Libertei meu sapucay Num mouro negro Com o laço a bate cola O mundo foi minha escola Desde cedo meu parceiro Trago na essência Vocação pra liberdade A marca da identidade Do meu povo missioneiro Nas pulperías Quando abraço uma guitarra Abro o peito na chamarra Ou bordoneio um chamamé Quando amanhece Pego o meu pala do gancho Largo no rumo do rancho Onde mora o bem-querer Este é meu jeito De taurear com a judiaria Se escasseia as alegrias Eu vou pra venda buscar Así no más Vou entretendo os desenganos Nasci pra ser orelhano E não tenho por que mudar