Nascido de alma caudilha - nem por isso menos franca - Deus te deu essa cor branca que até de noite rebrilha. Lua do herói na coxilha, por de eu for, onde eu ande e sem que ninguém me mande eu te canto, troféu mudo que é puro neste Rio Grande! Do pica-pau ao chimango vai um pedaço de glória e engarupo na memória com um guascaço de mango recuerdos de algum chatango que no passado ficou. Se eu sou assim como sou, entonado e orgulhoso, devo a ti, lenço glorioso, que eu herdei do meu avô. Das lágrimas de uma china quando seu índio partia, de uma lua que alumia debruçada na campina, de uma sanga cristalina que murmurava merencórea, do clarão de uma vitória deste povo leal e franco nasceste, meu lenço branco, para bandeira de glória! Teu gosto é andar voejando entre guerreiros e lanças e acalentar esperanças entropilhadas em bando. O futuro está chamando, já cumpriste o teu ideal porqe o Rio Grand eimortal fez de ti o seu retrato: oposto do maragato, puro, atrevido e bagual!