E a jovem lua ainda engatinhava quando o destino ensinou a nadar O ford vermelho do pai afundava Ladeira abaixo, rumo ao mar Uma tragédia anunciada Criança tão nova sem rumo sem lar Ao longo dos anos que foram passando O velho orfanato não pode agarrar Os sonhos firmados da jovem sofrida Queria uma história pra poder trilhar de repente os muros ficaram pequenos E num grande salto, se fez libertar E as ruas malditas endureceram Um coração tão cheio de dor O que a iluminava eram os postes acesos Menina tão jovem vendendo amor No meio do frio da cidade cinza A jovem Lua encontrou um protetor Seus 23 anos num olhar cansado Banhado em mágoa, angústia e dor E os anos passaram com a graça divina Porém o destino ainda ia aprontar Viajando de férias, rumo a praia Pequeno deslize custou se pagar um ford 70 girava na ponte E Lua sentia, sua hora chegar E a fúria do mar que levou a família Voltava e a filha queria levar Por mais que lutasse contra seu destino Não havia nada que pudesse salvar Lembrou-se da cama de seu orfanato Da vida nas ruas, da mãe e do pai E os olhos de Lua enfim se fecharam Mas um belo sorriso tomou seu lugar Talvez o prazer por tudo que vivera Ou por sentir a familia voltar Talvez entendeu o sentido da vida E agora o guarda no fundo do mar