No tear Fios de arte a fiar A colcha de retalhos mais vulgar Nos desafiando, dando sarna pra coçar Botando a cuca para funcionar No tear Um tesouro sem valor Difícil de pegar feito vapor Vejam seu recado costurado todo a mão Que some feito bolha de sabão Não, não Se me escondo sob o cobertor Bem profundo sonho Num segundo posso costurar Mundos sem tamanho No pomar Muitas frutas pra comer Cuidado pra barriga não doer É preciso calma e também concentração Pra não trancar a alma num porão Sem falar Das coisinhas do amor Que são delicadinhas feito flor Ê amor danado que não deixa o coração Em paz nem por um dia em um milhão Não, não Quando um fio tece o que dizer Nem se desconfia Que se a arte pode costurar Tudo se recriará!