Peço licença pra este canto galponeiro Que, estropiado do asfalto da cidade Se empotreirou num arrabalde povoeiro E, da campanha, se adelgaça de saudade Peço licença pra que ele seja escutado N’algum galpão d'uma estância macharrona Na sintonia de algum rádio enfumaçado Que se abaguala mesclando chiar de cambona Na sintonia de algum rádio enfumaçado Que se abaguala mesclando chiar de cambona Canto de pátria, destapado no atropelo Do semaneiro que reponta a recolhida Buscando a volta num piqueteiro de em pêlo Trazendo a grito a cavalhada pra lida Buscando a volta num piqueteiro de em pêlo Trazendo a grito a cavalhada pra lida Tantas imagens que a minha querência pinta E se eternizam na goela dos cantadores São mais gaúchas se um peão de estância requinta E também canta balanceando nos fiadores Tantas imagens que a minha querência pinta E se eternizam na goela dos cantadores São mais gaúchas se um peão de estância requinta E também canta balanceando nos fiadores São mais gaúchas se um peão de estância requinta E também canta balanceando nos fiadores História antiga rabiscada c'o as rosetas Dos que ainda arrastam esporas por estes fundos E não aceitam que a evolução se intrometa Mudando o canto mais genuíno do mundo Por isso, eu venho, senhores, pedir licença E pra dizer que eu tô de garrão trancado Pela defesa da verdade desta crença Que me garante cantar de chapéu tapeado Pela defesa da verdade desta crença Que me garante cantar de chapéu tapeado Que o meu Rio Grande que tem tradição na estampa Seja crioulo pra o resto da eternidade Seja o gaúcho, um monumento da pampa Que o resto eu canto sem perder a identidade Que o meu Rio Grande que tem tradição na estampa Seja crioulo pra o resto da eternidade Seja o gaúcho, um monumento da pampa Que o resto eu canto sem perder a identidade Seja o gaúcho, um monumento da pampa Que o resto eu canto sem perder a identidade Que o resto eu canto sem perder a identidade