De agosto pra setembro O mês que a fumaça desce Eu olho no pé da serra Meu coração entristece Vale a pena conhecer Quem ainda não conhece Como é lindo a gente ver Os lindos pés de ipê Na hora de escurecer Quando ele se enfloresce, ai, ai Eu era ainda criança Mas até hoje me lembro Papai me levou nas matas Pra mim ficar conhecendo Na minha imaginação Parece que estou vendo Como meu sertão é belo Até parece um castelo Os pés de ipê amarelo Quando vai se enflorescendo, ai, ai Não me falta inspiração Pra falar da minha terra Pra defender meu sertão Eu faço batalhão de guerra Quem corta um pé de ipê Não sabe o quanto que erra A cor da nossa bandeira No meio das capoeiras Lá pra aquelas cabeceiras No despenhado da serra, ai, ai A justiça dessa terra Não pode ser derrubada É uma madeira de lei Que deve ser conservada A obra da natureza Não pode ser desbravada Nós devemos dar valor Na obra do Criador Que solta somente flor É o jardim da passarada, ai, ai