Tempo itinerante (anchieta dali) O relógio do tempo é coronário O futuro é um tempo itinerante O passado é história de gigante O mais fraco morreu sem calendário O poder que já fora prolétário Arrogante e voraz arrota ao fosso Se brincar inda pisa no pescosso De uma raça que está se degradando Se eu disser que o meu peito está sangrando Você diz que é história de trancoso Dê cá mais um, tome dois Dê cá mais dois tome três Dois e dois eu somo quatro Deixo cinco pra vocês Quando o tempo se alonga na distância O algoz ainda mais se distancia Quanto m ais se envelhece a profecia O mais sábio provinda da infância Cada qual quer manter sua instância Muito embora se perca em vaidade Sem saber dividir sua metade Não percebe uma parte está sobrando Se eu disser que o meu peito está sangrando Você diz ser um rio de saudade A natura por bem dá outra chance Oferece o seio majestoso Dá por si liberdade cio e gozo Dá a massa do trigo como lanche Tudo gratis isento de revanche É bastante saber aproveitar Não se engane nem se deixe enganar Pois o tempo está lhe observando Se eu disser que o meu peito está sangando O universo pediu pra lhe avisar.