Fui passear lá no Leblon Não jantei, fiquei com fome Procurei um churrasquin Mas no Leblon só tinha Koni É o Koni, é o Koni, é o Koni É o Koni que não mata a fome Koni não mata a fome! É o Koni, é o Koni, é o Koni Eu vou fazer uma passeata É a militância do Leblon Se o pobre tem bolsa família Eu quero bolsa Louis Vitton Louis Vitton, Louis Vitton Louis Vitton, Louis Vitton Que pena que não tinha na vitrine da Toulon Então, duas semanas atrás, num protesto, treze pessoas morreram na Favela da Maré Uma semana depois, alguns manequins foram queimados nas ruas do Leblon E a cúpula de segurança da secretaria do Rio se reuniu para combater o mal e proteger os manequins da Toulon Moral da história: tem muito mais valor a vida de um manequim da Toulon do que a vida na Maré A Maré tá cheia de sangue A Maré tá cheia de corpo A Maré tá cheia de sangue A Maré tá cheia de morto E na Maré, na Maré A polícia mata quando quer E na Maré, na Maré A polícia mata quem quiser Mas a Rocinha diz Seu Amarildo, onde tu tá? Sumir desse jeito, não Assim não dá! Eu passei no Arará E fui lá no Jacaré Tava indo no Manguinhos Só pra ver de qual que é Conversar com o companheiro Do Complexo do Alemão Que falou que o bagulho por lá Tá sinistrão É PM, é civil Pronto pra te esculachar E a força militar Pronto pra te exterminar UPP pacificar Pacificar pra reprimir Pra reprimir para matar O pobre, exterminar