Na bomba do mate ficaram teus lábios E um gosto maduro de mel de mirim E se não mateio depois que partiste É que ando triste, perdida de ti A bomba é uma pomba de penas cansadas E a cuia morena seu ninho vazio E agora que foste chegou o inverno E as águas do mate tiritam de frio Às vezes meus lábios recordam os beijos Que a bomba trazia de ti para mim E o mate de ontem me lembra Que tudo o que é doce, à princípio, se amarga no fim Por outras me indago se não vale a pena Trocar um capricho por um chimarrão Tomar mais um mate por ti que levaste Meus restos de doce na palma da mão