Às vezes de noite, disfarçando minhas mágoas Vou beirando o corgo d'água que atravessa o meu pomar E fico ouvindo o choro triste do corguinho Que é o canto que embala os ninho Que é o violeiro do luar Porque eu já tive tal e qual esse corguinho Quem ouvisse a voz do pinho que eu fazia soluçar É bem igual Como essas águas doloridas No corguinho dessa vida Também tive o meu luar Noites inteiras sem sentir o passar das horas Fico ouvindo a água que chora abraçadinha com o luar E tenho inveja Desse amor tão paixonado Que me faz lembrá o passado Quando eu tinha alguém pra amar.