Boiadeiro errante Diz a lenda do peão Corria em seu cavalo Pela noite do sertão No céu porém a noite Ficou rubra num clarão E viu passar num fogaréu Zé trovão As rubras ferraduras Punham brasas pelo ar E os touros como fogo Galopavam sem parar E atrás vinham vaqueiros Como loucos a gritar As rédias a queimar na mão Zé trovão Ipiaiê, ipiaiô Cavaleiros do céu Centelhas nos seu olhos E o suor a escorrer Sentindo o desespero Da boiada se perder Chorando a maldição De condenados a viver A perseguir correndo em vão Zé trovão Ipiaiê, ipiaiô Cavaleiros do céu Um dos vaqueiros a passar Gritou dizendo assim: Cuidado companheiro Tú virás pra onde eu vim Se não mudar de vida Tu terás o mesmo fim Num raio descerá ao chão Zé trovão Ipiaiê, ipiaiô Cavaleiros do céu Ipiaiê, ipiaiô Cavaleiros do céu Cavaleiros do céu