Alphine

O letrista que canta

Alphine


Poeta , rouco e louco
Poeta cruel

Mestre da vida 
Vida cruel

Trouxe a todos nós boas novas
Depois de ter visto a cara da morte
Que estava viva

Quis ter sua própria ideologia 
Pois sabia 
Que o tempo não pararia

Teve uma vida louca 
Teve vida breve
Mais uma vida leve

Pelas noites do Leblon 
Tudo de bom 
Aos hospitais de Boston

Tudo parecia perdido
Mais ele foi a luta

Pois não acreditaram
Que seu nome ficaria em letras de néon e tudo
Ano passado diriam que tava maluco

E só dizia  
Um letrista que cantaria 

De cartola a Jimi Hendrix

Quis ser teu pão 
Quis ser tua comida 
Quis tranformar o tédio em melodia
E tirar nós dessa monotonia 

Descobriu q tudo faz o céu ficar infinito
Vibrou com o fim da ditadura
E depois cuspiu na bandeira

Nadou contra corrente só pra exercitar
Todo músculo que sente

Mais apesar de tudo
Era apenas o maior abandonado 
Na poesia

Quis pequenas porções de ilução 
Mais só conseguiu decepção

Exagerado na vida 
O poeta exagerado

Voz rouca
Língua presa
Menino mimado
Menino levado

Maluco na vida 
Maluco na poesia
Foi poeta rouco e louco

Mais á vida foi longa 
Mais a vida foi breve