Só queria deixar bem claro que Isso não é apenas um protesto É século XXI E se eles pensam que podem calar a minha voz Estão muito enganados Século XXI Não pretendo desperdiçar o meu tempo Já que estamos vivendo momentos finais Enquantos políticos safados discutem no senado Várias pessoas inocentemente morrem em hospitais A track é pesada, sim Pois nem todo povo é bobo, deixa de ser tolo Três e quarenta e cinco a passagem? Metade é pra manter os ônibus E o resto para no seu bolso A realidade pra ele não é real Porque pra família dele não falta hospital Atendimento em 5 minutos, isso é normal? Por que pra gente como nós o direito não é igual? Por que existe direitos humanos Se é raro achar um ser humano direito? Nesse mundo imperfeito, todo errado Onde pensam que o prefeito é perfeito Num mundo onde é normal roubar de milhões e milhões, né? Das nossas populações Na verdade, o prefeito, ele é perfeito, sim Perfeito em roubar as nossas condições Eu disse, mãe, que eu ia tentar mudar esse planeta de algum jeito Tá difícil, mas eu nunca vou parar Sou mais um pretérito imperfeito Acostumado a ver a situação piorar Mas para pra pensar e pra raciocinar E também pra me ouvir Que se eu parar de escrever isso aqui Os vencedores serão aqueles que me julgaram quando eu cai A vida não é um conto de fadas, acorda Isso é realidade Vencer na vida não é nascer em berço de ouro É transformar o seu sofrimento em aprendizagem Hoje eu tô tipo Aristóteles Mas nem sempre estou assim Pois o sábio nunca diz tudo que pensa Mas ele sempre pensa em tudo o que diz Por isso de propaganda política não gosto muito de falar São promessas mais antigas que posição de cagar São verdades na cara, podem até não aceitar Mas eu vou continuar, vocês vão me escutar Já foram na fila do Xambá? 20 de março, eu tava lá Deixa eu te contar Oito e meia da noite e o busão nem chegou lá Cadê a melhoria da nossa integração? Cadê o nosso direito de ser um cidadão? Está em qual mão? Cadê a nossa solução? Um dia desses eu ia de Cabugá A criança era muito nova, não precisava empurrar Caiu na fila do Xambá O tumulto foi tão grande que eu pensei que ia atropelar Isso me faz parar pra pensar Que minhas letras e meus versos são direito de protestar Nós merecemos coisas bem melhores Sou a voz da favela, esse é o meu legado Vim mostrar que o Biino e o Córrego não está mal representado Sou a voz da favela, esse é o meu legado Vim mostrar que o Biino e o Córrego (ZN) não está mal representado Muito transtorno em 20 de março Aí tudo se repetiu em 9 de maio Se eu escutar outra promessa dessa, eu desmaio Entenda o caso Mas é no papel que a gente se vinga Vim andando do Xambá até o Alto Nova Olinda Se eu continuar assim as minhas pernas trinca, ham Como dizem, com a saúde não se brinca E o Joana Bezerra tão apertado, lotado Que parece uma lata de sardinha Ainda colocaram uma catraca na descida da busão Saca a confusão Vê que viagem Isso só piora a descida das senhoras de idade E de quem tem necessidade Vocês não tem noção da nossa realidade Ontem eu fui pra escola E no Cabugá/Xambá chovia mais dentro que fora Ontem eu fui pra escola E no Cabugá/Xambá chovia mais dentro que fora Quando eu tiver uma sobrinha Ela vai ter que entrar no ônibus de sombrinha? Isso não é pala minha Se ela pegar um Cabugá Xambá, ela pode ficar doentinha Milagre, primeira vez que pensaram Colocaram um Príncipe com ar-condicionado Configura isso direito pra ninguém ficar gripado Enquanto no Cabugá suamos feito condenado Pode-se dizer que eu não sou daqui Porque meu pensamento é destrancado, destravado Nunca desmotivado, provando que eu posso mudar a vida dos aliados Século XXI, pô Onde pensam que a favela tá no mudo Mas enquanto discutem pra ver quem tem o melhor terno Mas uma família entra em luto Isso não é uma diss para o governo Mas diss se não é verdade? Só quem vive, sabe Alphha MC