Pena Gô que entre tanto amor Ainda sejamos sós Calou-se nossa voz Neste silêncio de outono No abandono de um pouco de sol. Pena Gô que sempre tanta dor Esgote nosso ser a sede de viver E a poesia renascida De nossa paz Se perca em versos tão banais Estremecida, espere o dia terminar Pra não voltar jamais. Pena Gô que tudo que restou Se perca em frases vãs Sem hoje ou amanhã E siga tudo como antes: Horizontes, uma estrada e pó.