Dezenove anos na cara mais uma vela que se apaga Mas nada é o suficiente quando a festa acaba Vão-se as histórias do tempo da escola Ficam as memórias de quem foi embora Dezenove anos na cara, prepara a tua mala Arranja um emprego, arranja uma casa Tu só arranjas problemas, tu não pensas no futuro Que é que tu queres da vida? Tu já não és um miúdo Jovem africano dum bairro social Quais são as tuas chances, mano, em Portugal? Um emprego da merda, já era fixe Pegar numa prima e ser feliz Passar toda a tua vida ouvindo ou engolindo Apanhar bebedeiras de Segunda a Domingo Apanhar o autocarro a caminho do trabalho Meio a dormir, meio acordado Marmita gelada no saco, os dedos congelados Não há problema, 'pró ano compro um carro Paragem a paragem, sempre a mesma viagem Tanta gente diferente na mesma carruagem Uma velha à minha frente não pára de olhar Tem calma avó, eu já não ando a roubar A minha mãe dá-me benção De manhã põe-me a mão na cabeça E pede a Deus 'pa eu mudar Pede a Ele 'pa eu encontrar o meu lugar A minha mãe 'tá certa, meu nigga a minha cabeça não presta Eu vejo o gang a rolar e a vontade que a mim me dá É voltar para lá A minha mãe dá-me a benção De manhã põe-me a mão na cabeça E pede a Deus 'pa eu mudar Pede a Ele 'pa eu encontrar o meu lugar A minha mãe 'tá certa, meu nigga a minha cabeça não presta Eu vejo o gang a rolar e a vontade que a mim me dá É voltar para lá A minha mãe dá-me benção De manhã põe-me a mão na cabeça Pede a Deus 'pa eu mudar Pede a Ele 'pa eu encontrar o meu lugar A minha mãe 'tá certa, meu nigga a minha cabeça não presta Eu vejo o gang a rolar e a vontade que a mim me dá É voltar para lá É voltar para lá É voltar para lá