Mais uma madrugada de incenso e silêncio Paredes vazias, o eco na sala Páginas vazias, o ego que cala Casa desarrumada, o som das cordas sós Poeira nas molduras Memórias turvas de nós A dúvida agora era uma dor que arde Como vela frágil iluminando rascunhos de amor O corpo feito estátua de gelo Como as conversas banais Para sempre afinal era demais Quem sabe um dia Ou nunca mais Mais outro fim de tarde cinzento ao relento A alma vazia, o amor já não chega É uma casa vazia onde mais ninguém entra Não, nem o passado me dá chão E muitas mais madrugadas virão Seca a fonte da esperança de mais uma dança Amor, assim te deixo Apago o incenso, tranco a porta A frase fecho e não mais mexo No que não sei responder