Se o meu canto não servir Há de haver um outro tom Que supere esse silêncio De renúncias e sinais De cansaço e desalento Há de haver algum momento Melodias naturais Que nos desçam lá do alto Das montanhas mais azuis E pareçam improvisos Em que os anjos com seus guizos Nos convençam dos milagres Nos apontem direções Milagres Quantos corações E se nada mais valer Nosso gozo mesmo assim Se viver não faz sentido Eu não vou querer o fim O contínuo cortejo Dessas minhas sensações Justifica o desejo De outras mil encarnações Há de haver tantos milagres Quantas são as solidões Milagres Quantos corações