Em um distante e velho villarejo, vivia um jovem plebeu Filho de uma parteira e um sapateiro Vendia flores em seu realejo Ouvia histórias de um reino distante, sob a sombra de um velho carvalho Era um bruxo da aldeia vizinha que lhe falava desse mundo mágico Gostava de caçar vaga-lumes, pra ele estrelas que desciam pra brincar no chão Corria pelo bosque como se estivesse fugindo do calor do fogo de um dragão Dançam as fadas sobre a sua cabeça, e o vento sopra uma canção A meia noite nessa lua não adormeça, terra, fogo, água, ar e coração Em um final de tarde como em outro qualquer O jovem plebeu correu em direção ao velho carvalho Para ouvir mais histórias do seu amigo bruxo Só que a estação das flores já havia partido E como fazia muito calor Resolveu parar em um lago O jovem, desapareceu Dizem que foi enfeitiçado pelo canto de uma bela sereia E acabou sendo engolido pela dança das águas daquele mesmo rio O bruxo, seu amigo Conta isso até hoje Como mais uma de suas histórias E o velho carvalho Chora todos os finais de tarde daquela mesma estação