Dói no meu peito Ver um caminhão Sem jeito Transportando lenha fina Lenha fininha De galhos entrelaçados Parecendo agarrados Com medo de virar cinza De onde vem Já não resta quase nada As fumaças de queimadas Faz escurecer mais cedo Se te conforta Lenha fina, eu te juro Que, pensando no futuro Eu também morro de medo Lenha fininha Vai chorando na distância Como se fosse criança Arrancada de seus pais Mãe natureza Por certo, está gritando Que aos poucos, vai se vingando De tudo que a gente faz Troncos gigantes Centenários, são tombados Progresso desordenado Uma faca de dois gumes Na fauna e flora Sinal de escassez de vida É a natureza ferida Primavera sem perfume E assim, a gente Vai sempre tocando em frente Animal, chamado gente Vai cumprindo sua sina Inconscientes Quase no fim da jornada Também vamos pela estrada Parecendo lenha fina Lenha fininha Vai chorando na distância Como se fosse criança Arrancada de seus pais Mãe natureza Por certo, está gritando Que aos poucos, vai se vingando De tudo que a gente faz