Quando o destino que ilude Mudar de atitude e a sorte mudar Quando te vires no escuro Sem uma luz encontrar Quando a miséria bater E o peito doer e a alma penar Quando gastares a sola Pedindo uma esmola, pedindo um olhar A indiferença do mundo Que é surdo e é mudo Virá te assombrar Verás que tudo é mentira Verás que nada é amor Que os outros pouco se importam Gira, gira Mesmo vencida na vida Mesmo gemendo de dor Não esperes nunca um auxílio Nenhuma ajuda Nenhum favor Quando estiveres cansada De tanta maldade De tanto penar Buscando um peito fraterno Para, ao morrer, abraçar Quando, na grande aflição Na ingratidão Seus dentes mostrar Quando os parentes brigarem Por causa da roupa Que tu vais deixar Hás de lembrar que um coitado Um dia apiedado Tentou te avisar.