E quando ela diz que é deselegante Sentar-se com as pernas abertas Dizer palavrões e abortar Mal sabe ela Que isso é uma maneira de se manter atada A uma lógica impessoal Perigo é sua voz e fala Porque tem o controle e autonomia É ela quem muda o cenário global Então, fala cê é a protagonista Ainda há um medo daqueles que acham Que ela precisa de alguma proteção Mas não precisa, não Pois sendo ela: Operária, lavadeira ou presidenta Suas próprias mãos e cabeça são suas ferramentas Tendo seu autoconhecimento E um venerável respeito Pra lidar com suas próprias consequências Usando da sua própria força Pra poder falar e se sentar a seu modo Deitar com quem quiser em sua cama Pra não ser mais a deselegante boneca de porcelana Pra não fazer parte de uma imagem degradada De uma moça de saltos e maquiada Com etiquetas e regras exageradas Que pode mudar o mundo, mas contenta-se em ser mal informada Suas próprias mãos e cabeça são suas ferramentas Suas próprias mãos e cabeça são suas