Eu sou nagô Lá da Costa da Mina Eu sou de lá, do lado de lá da maré Carregando a minha sina Fui levando a minha fé Do açúcar pra o ouro Do ouro para o café Cortaram a minha alegria Mas nasceu outra raiz Depois arrancaram o meu peito E eu vivi da cicatriz Exeiê Babá Exeiê Babá Olha eu trouxe Milho branco Pro pilão de Oxalá No candomblé do Engenho Velho Eu entrei pra me benzer Tinha palha pra descanso E água fria pra beber A água veio da fonte A fonte eu não sei responder Eu não sei responder A menina da fonte é quem pode dizer Se o azul é de Oxossi O branco de babá Okê Oxum bordou seu vestido Com a cor do amanhecer Oxum é uma criança Que esqueceu de envelhecer E toda vez que ela dança A fonte para de gemer Oraê ê lê ô Ora lá ê lê ô