Correria no meio do mato invadi Fiz minha tapera no meio da invasão moro ali Carrinho de papelão todo dia corre louco Mas num desisto quero uma casa no morro Domingão de manhã logo o expediente acaba Passo lá no Zé cato logo outra cachaça Pá dá uma trégua dessa luta E sonhar que um dia essa vida muda Sei comé difícil tô com os pés no chão Cabeça erguida goro é só pra aliviar a tensão Um marginal latino guerrilheiro também Desarmado num conflito armado pra quem? Cheio de morte, maldade, emendas constitucionais Que só vende esperança pra tentar manter paz Autônomo que habita no extremo da cidade Coração romântico tenho minhas vaidades Em várias ocasiões me apaixonava Sensível, sentimental sempre chorava Quando lembrava da garota que amava Rolando um som sentado na porta de casa Coração apertava o peito pulsava mais forte Num tinha jeito dava um bico no garote Muitas vezes foi vacilo porque nunca falei O que eu sentia remoía mais sempre guardei Ficava pra mim depois chapava na quebrada Lembrando do seu jeito, seu rosto isso matava Alguns dias usava minha camisa novinha Verde bandeira mais ela não via Opa nesse momento passa um carro tira um fino de mim Tremi vou atravessar pro outro lado pá dá um grau no carrim Toda vez que eu penso que tem Outra saída que eu possa me dar bem Mema rotina, mema fita que vem Só espero não magoar ninguém Meio no grau tô beirando meu barraco Graças a Deus tô de volta sã e salvo Meus três cachorros já bicô eu chegando aqui Recepciona isso me faz feliz Mais vulnerável pelo álcool ingerido Mas sou pacífico treta eu repugno Tem uma carta que eu guardo a vários anos Que recebi quando tava estudando Meu maior presente por isso guardo comigo Às vezes me faz mal às vezes me mantém vivo Quando passo por ela nos corre que eu ando Ela não me reconhece ou tá me evitando Barbudão de dread roupa rasgada Quase irreconhecível de uma década passada Um dia chapado, eu trombo essa mina Vou dizer tudo que tá armazenado da antiga Se minha força de trabalho convertesse em coragem Hoje memu eu ia lá pra matar minha saudade Território restrito é pobre em condomínio Cê nem passa do portão talvez de lá pro distrito Mais a noite tem feira eu sei que ela vai lá É a chance que eu preciso pra poder me expressar Toda vez que eu penso que tem Outra saída que eu possa me dar bem Mema rotina, mema fita que vem Só espero não magoar ninguém Pouca coisa nessa vida eu consegui Simplicidade noventa por cento em mim Último gole ah dispenso o garote Tô do jeito que eu queria sem vergonha pro love Movimentação a feira tá lotada Lá na frente eu vejo ela olhando CD pirata Us moleque no boteco da quina se irrita Um de verde meio alterado quer briga Num posso perder o foco quando ela sair Tá tudo ensaiado só basta ela me ouvir Me aproximei com coisa que eu trabalho aqui Ei, moça tu quer que eu levo o carrim? Nessa eu já baqueei quando ela disse sim Coração acelerado, num é fácil Tenho que ligar ideia antes dela ir pro carro Me assustei com o estalo Um camarada vem correndo bastante apavorado No meio da bagunça aqui ele dispensou No carrim dessa mina ela olhou e assustou Afastou e gritou, e pediu por favor Falei que num era meu foi o cara que jogou Na mão direita o carrim, na mão esquerda o oitão Joguei os dois no chão E corri pros galpão Sem saída algemado aplausos o que eu fiz? Precisavam de um culpado e dez anos disse o juiz! Sei de tanta gente que se cala Que do seu amor não fala E termina sem, sem ninguém