Dois mil e cinco mudei pro interior Quero recomeçar construir a vida de novo Parece que foi em vão mais não tudo tem um propósito A vida não é passageira como diz o chapado filósofo Já tentaram me catar mais de uma vez e eu não sei por que Já escapei de garrafa, de faca, de bala na ânsia de sobreviver Por isso vivo solitário não quero mais comprometer vidas Andando alerta cabreiro até na igrejas que eu faço visita Procurando uma solução que Deus me mostre o que tá errado Porque os malandro que vê minha caveira sempre me tirando de otário Nunca roubei, nunca tretei, nunca encostei a mão ne ninguém Pelo contrário se eu posso ajudar eu ajudo sem olhar a quem Tenho marca de bala no braço risco de faca na perna Confesso que já tentei mudar de lado e ir pra guerra Resolver logo essa treta que todos parecem ter comigo Quando os polícia me para o que ironia me chama de amigo Hoje encontrei alguém Que me mostre quem eu sou E bem além será onde vou Que eu saia dessa caçada maldita Que sempre me acompanhou Mais uma vez aqui estou Caminhando sem rumo no asfalto Cem por cento ligado nos carros Que passam voados aqui do meu lado Se pelo menos eu tivesse pegado Minha pistola que tava no quarto Andava mais despreocupado Tinha pra trocar se esse fosse o caso Meio apertado Sai da avenida pro pasto Um carro freia no local que eu tinha desviado Mocado na vegetação Esperando o pior da ação Um maluco tira das costas um ferro e grita: E aí, Leandrão Não entendi mais já foi meu sinal Sou atleta da vida real Não posso perde na corrida Se não apodreço nesse matagal O barulho de bala não intima Quem acostuma a viver sem justiça Fisgada no ombro queimando Já vejo uns barraco ali na colina Cai pra dentro casa de alguém Cachorro latindo mas não sai ninguém De repente a porta se abre uma mulher Que não grita ainda bem Assustada ela acalma o cão Vê o ferimento e traz algodão Bastante ofegante mais aliviado na situação Hoje encontrei alguém Que me mostre quem eu sou E bem além será onde vou Que eu saia dessa caçada maldita Que sempre me acompanhou Palavras do livro sagrado espalhados por toda a casa Pergunta meu nome de onde que eu venho e o porque do furo de bala Explico tudo que sei parece mentira, (acredito em ti) Me pede “pá” ficar sentado começa uma história interessa a mim Me mostra a foto de uma amiga que morava na quebra uns anos atrás Dizendo que essa garota procura a família em todo Goiás Com a foto dos irmãos apenas isso move a esperança Liga o computador me mostra um blog dá um nó na garganta Minha foto do lado direito segurando a mão dela Do lado esquerdo alguém de nome leandro também na tela Mesma fisionomia Gêmeos pô explica minha vida Toda caçada maldita Sou um alvo inocente da mira Papel e caneta e a sorte Anotando os contatos do blog Agora que faz mais sentido minha vida tenho que ser forte Meu plano inicial como sempre foi saber Caminho no vale da sobra Deus ilumina quem ama viver Hoje encontrei alguém Que me mostre quem eu sou E bem além será onde vou Que eu saia dessa caçada maldita Que sempre me acompanhou