A terra não pertence à humanidade, a humanidade pertence à terra Estão ligadas como o sangue que une uma família O que ocorrer sobre a terra, recairá sobre os filhos da terra Quando a água do último rio acabar Quando a folha da última árvore cair Quando o último elefante deitar Quando não houver mais nada pra olhar Quando a chuva que cai começar a queimar E o Sol se tornar nosso medo E o ar sufocar quando a gente quiser respirar Talvez seja tarde demais para voltar Quando os filhos não mais se tornarem pais E o manto e a foice trouxerem a paz Quando a mesma bandeira matar para comer Talvez a gente comece a entender Quando o verde não for nada mais que uma cor E o cinza e o concreto perderem o esplendor Quando a fome e a sede superarem o amor Talvez a gente entenda sua dor (Gaia) santa terra que atura esse pobre animal (Gaia) que te explora, devora e destróI onde mora (Gaia) perdão porque a gente só vai entender Quando te perder Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Se não possuímos o frescor do ar O brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo Cada ramo de um pinheiro Cada punhado de areia das praias A penumbra na floresta densa A seiva que percorre o corpo das árvores Carrega consigo as lembranças do povo vermelho Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra Porque ela é a mãe do povo Isto sabemos Todas as coisas estão ligadas Como o sangue de uma família Há uma ligação em tudo O que ocorrer sobre a terra Recairá sobre os filhos da terra