Que vergonha, meu amigo, que vergonha Meu rosto está queimando como brasa Tocaram-me igual um cão sem dono Da porta da minha própria casa Começo a pagar todos os meus erros Chegou a minha hora de chorar Estou pagando a minha covardia Por ter abandonado o meu lar Os anos se passaram tão depressa Que a minha juventude longe vai Meu filhos que por não me reconhecerem Me expulsam sem saber que sou seu pai Amigo, estou morrendo de vergonha Cheguei ao ponto máximo do nada Sou menos que um pedaço de papel Jogado pelas ruas e calçadas Amigo, venha aqui beber comigo Ajude-me a comemorar Brindemos a derrota de um homem Que paga por um dia tanto errar Recebo o troféu da decadência Por ser um desprezível pecador Que amou tantas mulheres neste mundo E vai morrer sozinho sem amor