Ademilde Fonseca

O Que Vier Eu Traço

Ademilde Fonseca


Quando eu canto o  meu sambinha batucada  
A turma fica abismada  
Com a bossa que eu faço  
Faço, não me embaraço  
Porque não há tempo  
Marco o meu contra-tempo  
Dentro do compasso  
Quem não tiver o ritmo na alma 
Nem cantando com mais calma  
Faz o que eu faço  
Samba-canção, samba de breque,  
Batucada  
Para mim não é nada  
O que vier eu traço  

Não tenho veia poética  
Mas canto com muita tática  
Não faço questão de métrica  
Mas não dispenso a gramática  
Não me atrapalho na música  
Nem mesmo sendo sinfônica 
Procuro tornar simpática  
A minha voz microfônica