Crueldade, crueldade Não consigo ver TV Morro de medo de você Acordei sem acreditar Meus olhos viram algo brutal A mãe, irmão chorando Pela perda de um menino Me nego a aceitar Que hoje isso é tão normal Quem vai parar, deter A engrenagem assassina Que consome nossos filhos Enche de medo nossas casas Mais segurança não Precisamos é repartir o pão Crueldade, crueldade Não consigo ver TV Morro de medo de você Nós somos cegos e surdos Pros problemas da favela Mas sempre achamos um absurdo Um corpo estendido na viela É cruel crescer e ver crianças da sua idade Brincando, estudando, tendo uma infância de verdade E o pretinho o que é que tem? Fome e revolta E o pivete o que vai ser? Doutor do crime, latrocida Intimidade com a morte, é inimigo da vida Isso gera violência, violência suicida Crueldade...