Meu canto vem da fronteira Com sotaque campesino Vem construindo o destino Com alma, garra e entono! Não teve, nem terá dono E não tem quem lhe comande Pois, nos confins do Rio Grande A liberdade é seu trono O meu canto missioneiro Veio guapeando até aqui Ensinando o que aprendi Nos clãs dos antepassados Vem rebentando aramados E cambiando seus matizes Mas preservando as raízes E conservando os legados É neste garrão de pátria Que o nosso canto se irmana Que renovamos a gana De manter a identidade De partilhar, com vontade A paz, o amor, a confiança De resgatar a esperança E defender a verdade O meu canto fronteiriço Jamais apagou seu rastro Carrega o cheiro do pasto Dos sem-fim do corredor De culatra ou de fiador Vem escorando os puaços E abrindo os próprios espaços Buscando amadrinhador Brotei da terra vermelha Como brota um manancial Sem ter marca, nem sinal Que negasse a procedência No flete da mi'a consciência Cavalga o canto que encilho E ninguém porá lombilho No amor que tenho à querência E neste garrão de pátria Que o nosso canto se irmana Que renovamos a gana De manter a identidade De partilhar, com vontade A paz, o amor, a confiança De resgatar a esperança E defender a verdade E neste garrão de pátria Que o nosso canto se irmana Que renovamos a gana De manter a identidade De partilhar, com vontade A paz, o amor, a confiança De resgatar a esperança E defender a verdade