Meu canto vem da fronteira Com sotaque campesino Vem construindo destino Com alma, garra e entono Não teve nem terá dono E não tem quem lhe comande Pois nos confins do rio grande A liberdade é seu trono O meu canto missioneiro Veio guapeando até aqui Ensinando o que aprendi Nos clãs dos antepassados Vem arrebentando aramados E cambiando seus matizes Mas preservando as raízes E conservando os legados É nesse garrão de pátria Que o nosso canto se emana Que renovamos a gana De manter a identidade De partilhar com vontade A paz, o amor, a confiança E resgatar a esperança E defender a verdade O meu canto fronteiriço Jamais apagou seu rastro Carrega o cheiro do pasto Do sem fim do corredor De culatra de fiador Vem esporando os puaços E abrindo os próprios espaços Buscando amadrinhador Brotei da terra vermelha Como brota o manancial Sem ter marca nem sinal Que negasse a procedência No flete da minha consciência Cavalo é o canto que ensina E ninguém porá lombilho No amor que tenho a querência É nesse garrão de pátria Que o nosso canto se emana Que renovamos a gana De manter a identidade De partilhar com vontade A paz, o amor, a confiança E resgatar a esperança E defender a verdade