Restos mortais da nossa história foram exilados Assolados, mas testemunhas do nosso passado Sempre soube que houve mais do que se sabe Tantos crimes sem solução Tantos reinos de ruínas Tantos mortos não julgados, sem direito ao perdão Reze para não ter que viver mais como um lacaio Que carrega a carruagem do rei Ore muito para não ter que ver mais A submissão imperar no seu mundo e ser a maior lei (Salve-nos desta) Destruição que ruge do inferno ao céu, ignorando a razão Esse não é o futuro que eu quis pra mim Vermelho pelo sangue derramado em vão Uns e outros estão olhando de soslaio Mas sem ter nem mesmo uma visão Morrem, renascem, sempre serão assim Combustível eterno da incompreensão Asas que não vão me levar Para um solo sem morte (não quero mais) Batalhas por medo e terror Asas que não me fazem amar O milagre da vida (não quero mais) Torturar em troca de dor Assim é o extermínio que nos cerca Joga um contra o outro, faz viver ser punição Ligado ao outro só por parceria incerta O ódio acorda em dobro quando vem a frustração Homens pobres de esperança morrem cedo Vítimas passivas da mesma guerra que vive em nós Asquerosa é a fome de impor o medo Dominar e achar que isso te torna uma única voz Incerto é o futuro que vai brotar ao semear esse terror Nada poderá lhe impedir de varrer a pureza que ainda se abriga aqui Venha a mim, venha ao novo mundo Onde só existe a matéria, nada de fé e amor Entenda que esse é um fluxo imutável Entenda que para nós a paz é inalcançável Não quero mais dar desespero Em troca de lágrimas (asas que só) Tentam-me mais do que podem ser Asas que não me fazem voar Nem mesmo sabem bater, (asas de dor), asas de dor Durante uma vida triste, perdido num caminho tão igual ao meu Andou sempre com sua arma em riste Sem notar tudo o que passou, tanto valor que se perdeu