Acróstica

Orbe Ao Meu Alcance, Laços Inalcançáveis

Acróstica


Olá! Me chamo desprezo, irmão da solidão
Revelo o caminho de volta à sua prisão
Bênção e maldição no peso que está a carregar
Errando por se colocar no lugar do outro

Árvores fracas de raízes em seu solo a rasar
Onde o vento e o tempo as varrerão
Marés passadas: As memórias voltam a me assombrar
Em frente sigo olhando pra trás

Um mundo inteiro em minhas mãos, vão fulgor
Algo passageiro, em corrosão, sem valor
Laços tão vitais, a única luz a se buscar
Como tão banais e fracos foram se tornar?

Aparentar mais que ser, ser mais um pária a invejar
Navegar em meio a tempestades em busca de ilusão

Caos veio a florescer, confusão em minha mente: Onde encontrar meu ser?
Entre o vício e o saber jazerão laços pelo caminho
Laços podem morrer em nome dos zeros e uns que estão a me mover
Antes de perceber, o mundo em minhas mãos, mas sozinho

Culpar a voz a me guiar na escuridão, não assumir a parte que me torna réu
Ordem atroz, carma a cobrar o seu cumprir, como voltar no tempo e me redimir?
Será que ainda há tempo de recobrar laços que usei como escadas pra um fim?

Instintivamente, modos que me trazem ruína torno a repetir

Nem busca por redenção pode frear a minha natureza
Ambição e avareza me fazem usar o próximo ao meu bel prazer
Lavo minh'alma e a espalho na imundície uma milésima vez
Com paz e calma, construo uma trilha de mentiras com pura altivez

Adeus! Fui seu último laço que escolheu negar
Negar diferenças, solidão buscar
Câncer da própria existência, com ódio em vazão
Até uma próxima vez, caso encontrar redenção

Vários fantasmas me assombrando quando vou me deitar
Ecos dos tempos de compreensão
Ilhas-miasmas: Nossos lares até o mundo acordar
Sempre abundando de intenções más